22 de junho de 2007

IMPLIKANT: Entrevista com Eliane

Em entrevista dada na tarde de ontem (09/05), Eliane, Big Boss, protagonista de uma das mais calorosas polêmicas já presenciadas nesta Confraria, disse tudo. Lavou sua alma. Na última aula de Metodologia Filosófica, Eliane apontou erro num exemplo de lógica dado pelo autor que estudávamos. Foi tida como ousada, quixotesca até. Eliane ousara dizer que havia erro na construção do exemplo, envolvendo mamíferos vertebrados e cachorros. Ilhada e tida como implikant, Eliane manteve-se firme até o fim. Onde muitos tombaram, ela se fez firme como as pedras da praia do Porto da Barra. Por fim, para por termo a uma polêmica que adentraria pela noite, julgou-se pertinente submeter a questão ao crivo haroldino; o que foi feito. Haroldo, pitagoricamente iluminado, foi breve e lacônico em seu julgamento quanto à construção (i)lógica: “Tá errado.” Sílvio, um dos poucos a se colocar como partidário da posição janínica, quase soltou fogos juninos. Eis a entrevista-monólogo:

Implikant – Eliane, na sua opinião....
Eliane – Eu defendo uma sociedade madura, que seja capaz de não se calar quando falar for um imperativo inafastável!! Sinto-me uma espécie de Simone de Beauvoir para Leigos.
Implikant – Isso quer dizer que...
Eliane – o que me motiva é a certeza de que contribuo para que a Confraria B seja um ambiente eminentemente de debates, da busca incessante da Verdade (inda que de tardinha)!
Implikant – Quanto aos...
Eliane – Tenho maturidade suficiente para entender que, num curso de filosofia, tudo que for dito trará contribuição para o conjunto, logo, mesmo as perguntas sem pé e sem cabeça proferidas pelo Luiz Cláudio devem ser respeitadas como “a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos” [O.M in Metade], embora eu não concorde com à sua opinião sobre a tendenciosidade do Marcos.
Implikant – Gostaria de....
Eliane – E tem mais, há quatro temas que devem ser discutidos na Confraria, além de todos os outros temas igualmente complexos: política, religião e futebol. Quebremos esse tabu secular que assevera que esses são temas indiscutíveis, indebatíveis. Ora, se as vértebras de um cão ficam em cartaz por uma semana, nada impede que o debate se estenda àqueles temas acima.
Implikant – No tocante a...
Eliane - Sim, foi com o misto de alegria e orgulho que soube que meu posicionamento estava ancorado na mais lúcida das análises lógicas. Sim, exultei! Sim, vi meu ego romper o teto do Mosteiro, indo alojar-se nos anéis de Saturno. Ora, foi Haroldo, e não outro, que a mim me deu razão. Estou sem palavras...
Implikant – Nosso colega Valmir...
Eliane – Não quero ser glorificada... Não! Não quero e não peço outdoors espalhados pela orla louvando meu ato de força e inteligência ímpares! Não! Só quero o direito sagrado de tatuar em minha pele a frase que mudou para sempre minha vida: “Tá errado”.
Implikant – Tudo indica que...
Eliane – Convoco a todos: homens, mulheres e moradores de Periperi, que acreditem em suas convicções e por elas lutem, ainda que se lhes custe duas ou três horas de aporrinhações.
Implikant – Só nos resta...
Eliane - Não, não sou dona da verdade, mas se eu sacar meu FGTS e vender um colar de pérolas já dá para dar uma entrada e parcelar o restante em duas ou três reencarnações, sem juros e sem indulgências.
Implikant – Depois de...
Eliane – Quero agradecer pelo espaço que me é dado para prestar esclarecimentos à sociedade quanto à polêmica por mim provocada e convocar a sociedade organizada para que se mobilize em prol de todas as espécies, mamíferas ou não. E, sempre que for preciso defender verdade, hei de bradar: “J´Accuse...!”

Como vêem, foi uma entrevista-monólogo muito boa. Eliane, ávida como ela é, não deixou pedra sobre pedra. Respondeu clara e objetivamente a todas as ‘perg’ .

Possivelmente divulguemos o make in off da entrevista, onde nossa entrevistada comentou assuntos diversos: 1) a situação de Antenor, diante do posicionamento firma de Ana Luiza; 2) suas preferências quanto a tapetes persas, em detrimento dos vendidos no Taboão; 3) Popó, um cinturão a menos; 4) a eficácia da acumpultura no processo de ressurreição; 5) a atuação sem sal do Fábio Assumpção.