30 de janeiro de 2009

Ao Mestre, com cuidados!

Durante alguns dias, por força das comemorações do centenário do nascimento de Merleau-Ponty, fizemos, eu e meu mestre, Luciano, o percurso entre a Aliança Francesa, na Vitória, e o bairro do Canela. Para tanto, saíamos da Aliança, atravessávamos o Corredor da Vitória, beirávamos o Campo Grande, filosofávamos um tanto na esquina que dá acesso ao Canela e nos despedíamos harmoniosamente, como é comum nas relações mestre-discípulo. Luciano, como "sói" a toda relação do gênero, procura sempre dar certo lustre, uma espécie de segunda-mão quando, em linguagem rudimentar, tento expor minhas idéias que, conquanto não de todo ruins (rsrs), vão sempre expressas por meu dialeto raquítico. "Talvez você queira dizer ´isso´...". Introduz Luciano, como seu modo todo polido de polir minhas frases mal-ditas. "Exato!", digo eu, surpreso com minha ignorância e embasbacado com a maestria de meu mestre. Pois bem, numa dessas conversas (das quais já começo a sentir saudade), tasquei um "pragmático" no meio de uma frase qualquer. “Luiz...”. Bastou o vocativo (iluminado vocativo) surgir para que eu me desse conta de que a melodia fora destruída com uma nota desafinadíssima, que fez um ruído nada musical lá nos tímpanos do Mestre. Dali até esta parte, fui estudar o pragmatismo. No Sebo da Lapa, e na internet, fui enveredando-me pelas sendas do pragmatismo. Li Peirce, li W. James, li Dewey, li Rorty e assisti todos os vídeos do Filósofo de São Paulo, Paulo Ghiraldelli Jr.. Uma “tourné”, por assim dizer. Hoje, se me encontrar novamente com o Mestre, e se, por acaso, me sentir tentado a usar o bendito conceito, vou segurar minha língua e calar. Pois estou certo de que, apesar das leituras, tão logo eu termine a frase, virá Luciano e: “Luiz, talvez você quisesse dizer...”.

29 de janeiro de 2009

Hehe!

Um velho senta-se num banco no ônibus, bem em frente a um Punk de cabelos compridos, com mechas verdes, azuis, rosa e vermelhas. O velho fica olhando para o Punk e o Punk olhando para o velho. O Punk vai ficando invocado, até que então pergunta ao velho:
- O que foi vovô? Nunca fez nada diferente quando era jovem?

O velho responde:

- Sim, eu fiz. Quando era jovem, fiz sexo com uma Arara, e estou aqui pensando: "Será que este FDP é meu filho?"

27 de janeiro de 2009

Messias, o Monstro!

No último final de semana - em Vitória da Conquista - vivi uma daquelas experiências que você imagina impossíveis. Fui apresentado por Fábio, meu irmão, a Manoel Messias, que fora seu professor de filosofia na graduação. Fábio me disse: "Bicho, tu vai ficar de boca aberta!". Naquela noite de sábado, pra começar um papo cabeça, fui logo dizendo a ele, Messias, acerca de minha teoria sobre a Inexistência da Intimidade, onde ele, de pronto (não sei se por condescendência ou se por bondade mesmo) disse que concorda com a teoria (dei uma risadinha de alegria). E depois fomos falar de mais outras teorias. Foi quando Fábio, intervindo, foi logo dizendo: "Esse cara sabe tudo de Ricouer!". Pronto, foi o suficiente para eu expor minhas teorias acerca da Via Curta e da Via Longa, ao que ele ficou ouvindo, condescendente... bondoso. Outra risadinha. Bondoso, ele me disse: "Rapaz, já que você tem interesse em Ricouer, vá lá em casa amanhã, pela manhã." Domingo, casa de mainha, acordo. Tomo café com bolo de aipim (tá, mandioca). Convido Fábio a ir comigo á casa do Messias. Fomos. Chegamos no escritório messiânico. Messias foi passando em revista todas as obras de Ricoeur e de seus comentadores. "Ricoeur é um construtor de pontes", dizia Messias. E apontava viadutos e pinguelas entre Ricoeur e Kant, Ricouer e Gadamer, Ricouer e Heidegger, Ricoeur e Schleiermacher, Ricoeur e Dilthey e, óbvio, Ricoeur e Freud. Tomamos um banho de Ricoeur até cerca de 13 horas, quando Fábio, um tanto quanto amarelo, sugeriu que fôssemos pra casa de mainha para continuar o papo almoçando, do contrário, teríamos um desmaio hermenêutico. "Só um instante", diz Messias, "deixa mostrar só mais uma coisinha". Lá vem Messias com A Filosofia da Vontade. Mais 30 minutos de banho. E Vontade de almoçar destruindo Fábio. Lá pras tantas, misericordioso, Messias aquiesce. "Vamos lá, então." Almoçamos filosofando. Chupamos umas 30 mangas do quintal de mainha e uns tantos pedaços de bolo de aipim (tá, mandioca). Eram quase 5 da tarde, e ainda não tínhamos falado mal de Nietzsche e da sirigaita de sua irmã, mas Messias tinha um compromisso: lançamento de um livro. Fomos, eu e Fábio, acompanhar Messias até sua casa, que é perto da de mainha. Na caminho de volta, Fábio me indaga: "Eu não te falei que o homem era um monstro?!".


Só pra constar:
Paul Ricoeur (Valence, 27 de fevereiro, 1913 - Chatenay Malabry, perto de Paris, 20 de Maio de 2005) foi um dos grandes filósofos e pensadores franceses do período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Foi no pós-guerra académico na Universidade da Sorbonne. Passou também pelas universidades de Louvaina (Bélgica) e Yale (EUA), onde fez uma importante obra de filosofia política. Ricoeur participou em debates sobre a linguística, a psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo. Cristão e antitotalitarista, notabilizou-se pela oposição à guerra da Argélia (1954-1962) e à da Bósnia, em 1992. Entre as suas obras contam-se Histoire et Verité (1955), Soi-même comme un autre (1990), La Memoire, l'histoire, l'oubli (2000) e L'Hermenéutique biblique (2001). Morreu sexta-feira, dia 20 de Maio de 2005. (fonte: wikipedia)

Coisa Indefinida

Meu exemplar das Obras Poéticas do Fernando Pessoa está em frangalhos. É que alguém o pegou de empréstimo e me fez dois favores: a) riscou, marcou, comentou os poemas; b) estragou com profissionalismo o livro. Trata-se daquela histórica edição em papel bíblia da Aguilar, sabem? Pois é. Alguém vai me dizer: "Rapaz, você devia era ficar feliz de alguém compatilhar seu gosto poético!". Tá, eu fico feliz, mas isso não significa que eu vou achar maravilhoso que alguém, porque professa minha crença, destrua minha bíblia. Sendo a bíblia, mais um motivo para folhear com toda a veneração possível.

Pois bem, dos frangalhos do Livro (nobremente resgatado pelo meu irmão Fábio), extraio, para vosso deleito, o soneto abaixo.

Em Busca da Beleza

Soam vãos, dolorido epicurista,
Os versos teus, que a minha dor despreza;
Já tive a alma sem descrença presa
Desse teu sonho, que perturba a vista.

Da Perfeição segui em vã conquista,
Mas vi depressa, já sem a alma acesa,
Que a própria idéia em nós dessa beleza
Um infinito de nós mesmos dista.

Nem à nossa alma definir podemos
A Perfeição em cuja estrada a vida,
Achando-a intérmina, a chorar perdemos.

O mar tem fim, o céu talvez o tenha,
Mas não a ânsia da Coisa indefinida
Que o ser indefinida faz tamanha.

26 de janeiro de 2009

Louvores e Súplicas a Deus

Na infãncia e na adolescência fui clarinetista. Não era, é bem verdade, um Paulo Moura, um Kenny G. Mas nenhum dos músicos da orquestra testemunhou qualquer nota desafinada minha. Tocávamos um repertório de 450 peças sacras. Ora, quem toca clarineta necessariamente toca flauta doce. Eu toco flauta doce.

E, por um tempo, nos idos de 1998, morei num pequeno apartamento no Jardim Apipema, em Ondina (Salvador, Bahia, Brasil, Terra, Cosmo). Trago comigo, sempre, minha flauta. Volta e meia, entre uma leitura e outra, toco. Já sei: nem Paulo Moura nem Kenny G. Toco pra mim, irmãos e irmãs.

E tem uma canção que, num dado fim de tarde, de uma dada data, eu estava "pegando" (Para músicos, "pegar" corresponde a exercitar a execução da melodia de modo perfeito, ou quase perfeito). Peguei e fiquei feliz. A melodia era "Nothing,s Gonna Change My Love For You", do George Benson.

Pois bem, na manhã do dia seguinte, um domingo de sol em Salvador, acordo e ouço, ao longe, aquilo que parecia uma fanfarra, uma banda dessas de 7 de setembro. E executava (pasmem!) Nothing,s Gonna Change My Love For You. Não acreditei. Desci do prédio, corri até a rua e acompanhei a banda até que ela começasse a tocar Tieta, de Caetano.

Eu também acho que essa minha história cheira a ficção. Mas é a mais pura verdade. E, depois disso, essa canção começou a ser executada em ocasiões as mais inusitadas.

Peraí. Deixa ver se eu acho minha flauta por aqui...

Ontologia Sumaríssima

Por Paulo Henrique Britto


Umas quatro ou cinco coisas,
No máximo, são reais.

A primeira é só um gás,
que provoca a sensação
de que existe no mundo
uma profusão de coisas.

A segunda é comprida,
aguda, dura e sem cor.
Sua única serventia
é instaurar a dor.

A terceira é redondinha,
macia, lisa, translúcida,
e mais frágil do que espuma.
Não serve para coisa alguma.

A quarta é escura e viscosa,
como uma tinta. Ela ocupa
todo e qualquer espaço
onde não se encontre a quinta
(se é que existe mesmo a quinta),

a qual é uma vaga suspeita
de que as quatro acima arroladas
sejam tudo o que resta
de qualquer coisa malfeita
torta e mal-ajambrada
que há muito já apodreceu.

Fora essas quatro ou cinco
não há nada,
nem tu, leitor,
nem eu.

20 de janeiro de 2009

Da Inexistência da Intimidade

Ou: Fim do refúgio
Ou: Fim da expressão: “cá com meu umbigo”
Ou: Fim da expressão: “cá com meus botões”
Ou: Fim da expressão: “Pensei cá comigo”

Preâmbulo inútil
À primeira vista, pode parecer que o título refere-se à dificuldade de alguns de manterem suas vidas fora do alcance dos olhos e/ou dos comentários de terceiros (bisbilhoteiros, paparazzis, fofoqueiros, olheiros); mas não é nada disso. E é muito mais grave que isso. Se constatada a minha teoria (e eu estou providenciando isso; tende paciência, irmãos), teremos uma verdadeira revolução na vida da humanidade. Digo mais: a.C e d.C (onde C é inicial de Cláudio) será o novo paradigma para alocar os fatos históricos no tempo. Vou explicar a teoria. Prometo ser objetivo e claro, porque clara e distinta é minha idéia. Ora, toda idéia, quando nasce, nasce perfeita, redonda, clara e distinta. Toda intuição, idem. Todo insight, idem. Mas quando a gente se mete a explicar, a exprimir a bendita idéia, a sofrida intuição ou o insigne insight, deparamo-nos com dois obstáculos: a) achar a melhor forma de exprimir para fazer-se compreendido; e b) ser compreendido. Quem melhor que eu explica essa dificuldade para exprimir idéias é Augusto dos Anjos que, num soneto chamado A Idéia (Vá no google, escreva “eu e outros poesias”, ou “incógnitas criptas misteriosas”, “tísica, tênue, mínima, raquítica...”, ou “mulambo da língua paralítica”), aponta a dificuldade de traduzir, em palavras, uma idéia. Pois bem, minha idéia, pra mim, é clara e distinta, como quereria Descartes. Conto com vocês para traduzi-la aqui, porque, se eu não for entendido, só me restará botar a viola num saco e ir cantar noutra freguesia e tirar o cavalinho da chuva. Vale ressaltar que O Implikant, hebdomadário do curso de Filosofia da Faculdade São Bento de Salvador, do qual eu era editor-chefe, publicou brevíssima nota acerca da presente teoria. Aqueles que leram a referida nota deram tanta importância quanto dão à bula de um cataflan. Lá vai, portanto, a teoria claudicante.

Palavras-chave:
Subjetividade, intelecto, idéia, intimidade.

A teoria

Pensamento/idéia é matéria. Pensamento/idéia é energia. Pensamento/idéia, nascendo, junta-se ao mundo real; ganha corpo e junta-se ao todo. Portanto, o que eu penso/idealizo, tão logo pense, vira coisa, derivando, claro, da coisa em si, da Grande Coisa, da Coisona, do Coisão. Pensamento/idéia não é metafísico. É físico. Ora, sendo física a idéia (doravante, fundo os termos pensamento e idéia, que passam a ser tão somente idéia), ela não se aloja num compartimento “x” de meu intelecto, de meu cérebro, de minha subjetividade. E, ainda que ali se alojasse, continuaria sendo matéria, realidade, exterioridade, substancialidade. E, agora que faz parte do real, é também pública. Público. Eis a palavra-chave de minha teoria. Vou usar uma metáfora agora. É mais prático, entendem? Se tenho um rádio e ele está desligado as “rádios” que tocam música e notícia ser-me-ão ocultas, certo? Mas se ligo o rádio e sintonizo uma rádio, passo a ter acesso àquela informação. Essa informação é pública. Ter acesso a ela é uma questão que está nas minhas mãos. Ora, os meus pensamentos, minhas idéias, agora que as tenho, são públicas; ou seja, estão disponíveis. A você, que porventura queira ter acesso a elas, bastam-lhe três coisas: a) querer conhecer minha idéia; b) ter um rádio, ou seja um equipamento, um mecanismo, um meio de lê-lo/ouvi-lo; c) e sintonizar. Pronto.
Esta, em síntese ultra sintética e concisa, é a teoria.

Questões
Sei que, de hoje em diante, muitas perguntas serão feitas e muitas dúvidas surgirão, já que uma tão robusta teoria não pode ser explicada num mísero parágrafo. Todas elas serão respondidas neste espaço público. Expressões de baixo calão serão censuradas e os muito críticos que me perdoem, mas tolerância é fundamental.

Nas próximas postagens, vou apontar quais as implicações resultantes de minha teoria.

19 de janeiro de 2009

Juliana Girando

Em Vitória da Conquista existe uma praça chamada Praça do Gil. Uma homenagem ao Dr. José Gil Moreira, pai de Gilberto Gil. Quando criança, mainha nos levava para consultar com o Dr. Gil, "um véizim tão bom", me diz maínha. Lembro-me de ficar apreciando fotos/pôsteres de Gilberto Gil nas paredes do consultório. Besta, eu não ligada uma coisa a outra. Não sabia que estava fazendo consulta/exames com o pai do cantor, nem atentava para o fato de que um era "focim" do outro. Eu era, de fato, muito besta. Depois eu cresci (cresci no sentido de que fique adulto, entendem?) e comecei a ligar os fatos. E, depois de conhecer a obra do pai, comecei a conhecer a obra do filho e comecei a entender várias coisas do espírito dele, tipo: "O sol nascente é tão belo!", "caminhar decidido pela estrada que, ao findar, vai dar em nada, nada..."; "tem que morrer pra germinar..."; "Abacateiro, acataremos teu ato..."; "Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais..."; "Começou a circular o expresso 2222..."; "... a fé não costuma falhar..."; "Juliana na roda com João..."; "... minha aura clara só quem é clarividente pode ver..."; "Lady Neide, escurinha gostosa..."; "Sabe, gente, eu sei que, no fundo, o problema é só da gente..."; "... vivi a ilusão de que ser homem bastaria..."; "... é sempre bom lembrar que o ar sombrio de um rosto está cheio de um ar vazio, vazio daquilo que no ar do copo ocupa um lugar"; "Pensamento! Mesmo o fundamento singular do ser humano de um momento para o outro poderá não mais fundar nem gregos, nem baianos..."; "alguns a desejar seus beijos de deusa, outros a desejar seu rabo prá ceia..."; "Alapalá, Alapalá, Alapalá, Xangô, Aganju..."; "... bem devagar, a felicidade voltou pra mim..."; "... pensar que é só deixar de ver e acabou, vai acabar muito pior..."; "sob o blusão, sob a blusa, nas encostas lisas do monte do peito, dedos alegres e afoitos se apressam em busca do pico do peito, de onde os efeitos gozosos das ondas de prazer se propagarão, por toda essa terra amiga, desde a serra da barriga às grutas do coração...";"... a força do universo não te deixará, o lume das estrelas te alumiará..."; "... tudo vai dar pé...".

Quem é o mais safado?

O mais safado é Fábio Sena. Era isso que dizia Devana, quando pequeno; era isso que dizia Hugo, quando pequeno; é isso que diz Gustavo, vulgo "misturinha", hoje. É o próprio Fábio que assim se intitula. E essa safadeza não vem de hoje. Quando éramos todos crianças - lá na Avenida Sergipe, 615 - a situação era a seguinte: Paulinho, o mais velho, estava suficientemente ocupado com poesia para trabalhar; Marlúcia e Márcia e Minéia sob a proteção de Painho (ora, as meninas tinham que arrumar a casa, etc). Eu e Petrônio - esses, sim! - tínhamos que trabalhar; ora vendendo coisas diversas, ora com Painho na padaria. Maurício e Fábio, os caçulas, viviam de brincar e de fazer outras atividades satânicas (Deus me perdoe!). Espero que eles nunca publiquem as atrocidades que praticaram em Santana e em Santa Maria. Mas Fábio - e aqui vai o detalhe -, esse era o predileto das mulheres da casa e da rua. É que, por um deslize da natureza, o "safado" do Fabinho nascera com um cabelo suficientemente encaracolado para viver de mão em mão pelas calçadas da Sergipe. Tudo quanto era vizinha vinha, com mimos e falatórios, alisar a cabeça do caçula, que se escorregava, que fazia umas mungangas, que se contorcia, que se achava o tal em meio às mulheres. Era Binho pra cá, era Binho pra lá... Enquanto isso, na sala da injustiça, eu e Petrônio trabalhando igual dois condenados (Ahhhh!!!!!!!). Maurício, por esse tempo, tinha certa predisposição energética para chorar. Nunca vi sujeito que gostasse tanto de abrir o bocão por qualquer banalidade. Buááááá!! Creio que Maurício chorava pelo fato de ser excluído do convívio das mulheres, onde Fábio imperava.

Fábio hoje faz aniversário. O cabelo não é o mesmo (vide foto). Mas a safadeza...

18 de janeiro de 2009

Angústia

Três lugares que me angustiam: a livraria Saraiva (Shopping Salvador) e seu gigantesco acervo na estante de filosofia; a Siciliano (Shopping Iguatemi) e a Civilização Brasileira (no Shopping Barra, onde estou agora). Estou convencido de que, ainda que vivesse mais uns 300 anos, não teria tempo para ler tudo aquilo. Títulos e mais títulos ficam me olhando, dando língua, pirraçando... Eles sabem que, no máximo, vou ler a orelha e a dedicatória. Ontem, fui à LDM (Livraria que fica ali na Rua Direita da Piedade). Lá, de cara, havia um bando de título de Borges, outros tantos de Proust e mais um bocado de obras relançadas do João Cabral. Fiquei olhando, manuseei (sim, livro é pra ser tocado, eles são muito carentes), dei uma boa cheirada (vá dizer que você não gosta de cheiro de livro novo?!), levei um ou outro para o leitor de código de barras (Deus tenha misericórdia!). E comprei as Investigações Lógicas de Frege. É que eu ando meio que obcecado por lógica. E quando eu fico obcecado eu fico obcecado. E, mais que depressa, fui embora, para não me agustiar muito e para fugir da pirraça dos livros. Desci em diração à Lapa, a fim de comprar uns 3 litros de sirigüela (trema, sim!), para consumir enquanto leio. Chego em casa e, irado, vejo meus livros (aqueles que não pude ler, ou que li pela medade) olhando para mim e me pirraçando. Só hoje entendo a frase-profecia do conterrâneo Castro Alves: "Livros, livros á mão-cheia!". É que ele não tinha idéia do que seria o mercado editorial no século seguinte. Nem poderia supor o que é uma pirraça livresca.

17 de janeiro de 2009

Sob o signo de capricórnio

Na próxima terca-feira (20/01), Obama assume a Presidência dos Estados Unidos. Filósofos, articulistas, analistas políticos, Ku-klux-Kan, movimentos negros, todos já fizeram análises as mais profundas e as mais superficiais possíveis. E, claro, tem os céticos. E tem também os estetas, a cujo grupo me agrego. Eu estava em Brasília no dia em que Obama foi declarado oficialmente vencedor das eleições nos Estados Unidos. Ali pelas 3 da manhã - inquieto - ouvi a vinheta do plantão da Rede Globo, que anunciava a novidade e que indicava que, dali há pouco, Obama faria seu discurso. Imediatamente liguei para o celular de meu irmão, que estava desligado. Eu estava só diante do fato histórico. Sentei-me na cama para ouvir o discurso. E vi (Meninos, eu vi) um negro elegante, o olhar altivo, a voz retumbante (sim, retumbante!), falando a uma multidão silenciosa (e lacrimejante). Um negro inteligente, bonito, elegante, lido, instruído estava ali, na minha frente, falando à multidão? Não! Estava falando ao mundo. De quem era a vitória, da própria sociedade. Ora, aquele fato histórico (com a estética que o emoldurava) era o resultado de um processo, de uma construção muda e surda, engendrada no interior dela mesma, sociedade. Mas é evidente que era também a vitória das minorias. Mas isso, vou ser franco, não é, não era o que me comovia naquela madrugada. A única coisa que me comovia era ouvir aquele negro, naquele lugar, naquele momento e naquelas condições. A moldura, entendem? A mim, pouco se me dava qual seria o futuro. A única coisa que me importava era o efeito do fato naquela madrugada em mim. E me lembrei de Cruz e Souza. E me lembrei de mim mesmo quando fiz meu primeiro discurso (guardadas, por Zeus, todas as proporções). E fui me lembrando de outros tantos negros invejáveis. Na próxima terça-feira (20/01), sob o signo de capricórnio, Obama fará novo discurso. Vou me postar reverente em frente à televisão. E vou ouvir.

16 de janeiro de 2009

Ritmo e Musicalidade

Discutia eu com meu sobrinho-escritor acerca de ritmo, musicalidade, métrica na construção poética. Temos lá nossas convergências. Mas, há uma geração de poetas - modernóides, por assim dizer - que mandam às favas essa chamada "herança maldita" dos tempos dos vovôs parnasianos. Eu, retrô, prefiro-os. Em criança, eu tinha um bando de poemas decorados. Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Castro Alves, Menoti Del Piccia, Casimiro, Olavo Bilac. Depois fui evoluindo para: Augusto dos Anjos, Bandeira, Drummond, Pessoa, Poe, Baudelaire, Quental, Emiliano Perneta, Mário etc. Essa turma toda tinha/tem em comum a amaldiçoada musicalidade. E, na ausência desta (por deliberada predisposição), tinham a idéia (matéria-prima do poema). Podemos até divergir quanto ao invólucro, mas o continente tem que estar presente e precisa ser legítimo. Ou seja, antes de mais nada tem que ser poesia.

Discutia eu com meu irmão - pai do meu sobrinho-escritor - acerca do mesmo tema, e considerávamos o seguinte: uma vez abolida a métrica, o ritmo, a musicalidade (e até mesmo a gramática!), todo mundo se arvora a poeta. Sim, porque é fácil, né? Escrevo um bando de metáforas, agrego-as com umas tantas conjunções, sapeco-lhes um título triunfante, e recito-as para o mundo, que me aplaude e me chama de... poeta. E isso serve - valha-me Ferreira Gullar! - para as artes todas. Se sou artista plástico, idem. Se sou pintor, idem.

Pois bem, só de pirraça, estou publicando um dos poemas de minha infância querida (que os anos não trazem mais), onde Gonçaves Dias usou e abusou do maldito ritmo, da infame métrica, da infernal musicalidade.

Deprecação

Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
Com denso velâmen de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz!

Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobre:
Bastante sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tristes choraram teus filhos
Teus filhos que choram tão grande mudança.

Anhangá impiedoso nos trouxe de longe
Os homens que o raio manejam cruentos,
Que vivem sem pátria, que vagam sem tino
Trás do ouro correndo, voraces, sedentos.

E a terra em que pisam, e os campos e os rios
Que assaltam, são nossos; tu és nosso Deus :
Por que lhes concedes tão alta pujança,
Se os raios de morte, que vibram, são teus?

Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
Com denso velâmen de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz.

Teus filhos valentes, temidos na guerra,
No albor da manhã quão fortes que os vi!
A morte pousava nas plumas da frecha,
No gume da maça, no arco Tupi!

E hoje em que apenas a enchente do rio .
Cem vezes hei visto crescer e baixar...
Já restam bem poucos dos teus, qu'inda possam
Dos seus, que já dormem, os ossos levar.

Teus filhos valentes causavam terror,
Teus filhos enchiam as bordas do mar,
As ondas coalhavam de estreitas igaras,
De frechas cobrindo os espaços do ar.

Já hoje não caçam nas matas frondosas
A corça ligeira, o trombudo quati...
A morte pousava nas plumas da frecha,
No gume da maça, no arco Tupi!

O Piaga nos disse que breve seria,
A que nos infliges cruel punição;
E os teus inda vagam por serras, por vales,
Buscando um asilo por ínvio sertão!

Tupã, ó Deus grande! descobre o teu rosto:
Bastante sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tristes choraram teus filhos,
Teus filhos que choram tão grande tardança.

Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos,
Que eu vi combatendo no albor da manhã;
Conheçam-te os feros, confessem vencidos
Que és grande e te vingas, qu'és Deus, ó Tupã!

15 de janeiro de 2009

Reti(s)ente

Consultando, nesta manhã, blogs de alguns amigos de Brasília, deparei-me com 2 produções ímpares. Um poema de Diogo Ramalho - A pena e os acordes - e uma Ode de Devana Babu - Jovens Saudáveis. Para conferir, acessem, respectivamente: http://radicaislivressa.blogspot.com/ e http://aartedaprolixidade.wordpress.com/.

Mas... (essas reticências são altamente prolixas) chamou minha atenção um trecho, dentre diversos outros, do poeta Saulo Madrigal (vide http://saulomadrigal.blogspot.com/). Ele não me autorizou publicar, mas ouso fazê-lo em nome da arte. No post O Mito do Pássaro Azul ou Canção da Ausência, Saulo Madrigal nos brinda com a pérola a seguir.

Talvez eu esteja tão louco a ponto de imaginar que não seja preciso escrever nada além das reticências ( ou das flores ). Por que na realidade o vazio que se sente em uma despedida é tão palpável quanto às reticências de uma frase incompleta. Então chegamos no meio do caminho e percebemos que as coisas não são tão pesadas como parecem, mas são leves, traiçoeiras e insustentáveis como o tempo.

13 de janeiro de 2009

Avenida Sergipe, 615

Fazem 38 anos que eu existo. Lá se foi - por um cálculo bem otimista - 1/3 de minha existência. Quero crer que, até aqui, foi só pra tomar pé da situação, conhecer o território. Agora, ambientado com a estrada, vou dar uma boa acelerada. "Uma boa acelerada", para um bom baiano como eu, traduz-se por: "Sai da freeente!".

Fazendo uma retrospectiva:

Dos 0 aos 13 morei em Vitória da Conquista e fui: entregador de feira, engraxate, vendedor de coentro, vendedor de abacate, vendedor de picolé, e - principalmente -padeiro.

Dos 14 aos 20 morei em Santana dos Brejos e Santa Maria da Vitória, onde fui (pasmem!): Funcionário do Banco do Brasil. Ora, é uma boa evolução, não acham?

Dos 20 aos 21 morei em Brasília e fui (pasmem!) desempregado. Ora, é uma boa involução, não acham?

Dos 21 aos 24 continuie morando em Brasília e fui funcionário da (pasmem) Caixa Econômica. Ora, é uma boa evolução, não acham?

Dos 24 aos 28 continuei morando em Brasília e (pasmem!) passei no concurso do INSS. Ora, é uma tremenda involução, não acham? Nem tanto, nem tanto. Devo ao INSS a alcunha de peregrino, e gosto da idéia.

Dos 28 aos 34 morei em (pasmem!) Salvador. Ora, uma grande evolução, não acham?

Dos 34 aos 36 fui morar em Mato Grosso, para trabalhar numa indústria de refrigerantes. Ora, uma grande evolução, já que fui para a iniciativa privada, onde tive de deixar de lado minha natural lentidão, para andar de "quinta". Lá, aconteceram coisas "que ao homem não é dado conhecer".

Dos 36 a esta parte, voltei a morar em Salvador.

A mim, me chamam nômade, peregrino, mala-pronta. Ou tão somente "mala".

Engano. Eu ainda estou na Avenida Sergipe, 615 - Bairro Brasil - Vitória da Conquista-Ba.

12 de janeiro de 2009

Confissão 2

Eu devia ter uns 17 anos e morava em Brasília. Já era tarde quando finalmente saí da casa dela. Vocês bem sabem quão dificultosa é uma despedida numa noite fria, quando o único sistema de aquecimento é o seio da amada (Valei-me, Castro Alves!). Despedi-me dela com a mesma dificuldade com que um cão se afasta de seu osso (Valei-me, Snoop Dog). A rua, naquela madrugada, estava escura e deserta. Mas aquela não era a primeira vez que escuridão e deserto emolduravam as noites de despedida shakespeareana (Valei-me, Hamlet). Mas, naquela noite, foi diferente. À distância, coisa de 200 metros, pude divisar alguém que vinha em minha direção. Pensei: “Neste horário, ou é alguém que também se afasta de seu fóssil, ou alguém à procura de uma carteira com alguns trocados”. Ok, havia um infinito número de alternativas, mas, naquela noite, eu só pensava nestas duas hipóteses. Um misto de temor e tremor se apoderou de meus nervos (Valei-me, Kierkegaard). Não, não havia como entrar numa outra rua. Retroceder? Nem a pau. Seria desonrar meu pai (Valei-me, Gonçalves Dias). Resoluto, prossegui minha caminhada rumo àquele desconhecido, rumo àquele outro eu que, sabe-se lá, talvez estivesse tão atemorizado quanto eu (Valei-me, Levinas). Faltava muito pouco para o desfecho do mistério e, quem sabe, para o fim de um drama. A rua estreita e sem calçamento, o silêncio entrecortado de breves ganidos de vira-latas, risadinhas agudas de íncubos[1] e súcubos[2], nuvens escuras cobrindo a lua, e o atrito sonoro entre meu coração e a parede interna de meu peito esquerdo. Eis o cenário. Faltavam 20 metros para chegar ao destino inevitável. Num átimo de tempo, quando 5 míseros metros nos separavam, dei um gigantesco tabefe no sujeito e saí em desabalada carreira rumo à pista principal, onde estaria a salvo. Não, não olhei para trás. Fui para casa, ouvir de minha mãe as já rotineiras reclamações. Naquela noite, refletindo sobre o ocorrido, julguei ter agido inteligentemente. No dia seguinte, narrando o fato aos meus outros 7 irmãos (Fábio, Maurício, Niméia, Petrônio, Marcia, Marlúcia e Paulinho)[3], fui alvejado por uma enxurrada de gargalhadas. Riram de mim durante uma semana. O caso foi contado e recontado em todas as cercanias da capital federal. As versões se multiplicaram em progressão geométrica. Algumas diziam que eu não só espancara o sujeito mas que também disse-lhe uma série de impropérios, outras versões diziam que nos atracamos numa luta de gregos e troianos (Valei-me, Homero). Ainda hoje, passados tantos anos, se vou a Brasília, há sempre um engraçadinho que traz à tona uma das infinitas versões do caso. Ela nunca soube da história verdadeira. Na noite seguinte, quando novamente fui encontrar abrigo para o meu ferido, combalido, injustiçado coração, estavam reunidos seus familiares em torno de seu tio Jorge, que narrava a todos uma história macabra: ele tivera que dobrar o turno no trabalho e era muito tarde quando veio pra casa. Descera do ônibus e seguira rumo à casa de minha namorada, de quem era vizinho. À distância, vira alguém caminhando de modo indeciso em sua direção. Temeu. Mas prosseguiu. Quando estava há poucos metros do estranho... Antes que ele concluísse, pedi um copo com água.


[1] Demônio masculino que, segundo velha crença popular, vem pela noite copular com uma mulher, perturbando-lhe o sono e causando-lhe pesadelos.

[2] Demônio feminino que, segundo velha crença popular, vem pela noite copular com um homem, perturbando-lhe o sono e causando-lhe pesadelos.

[3] Gente da mais alta periculosidade.

Confissão 1

Presumo que tenha sido no carnaval de 2002. Eu a conheci por intermédio de minha prima, que estava interessada em que eu e sua amiga nos fundíssemos em recíproca intencionalidade. A minha oportunidade de ter sucesso na empreitada era o carnaval, que a todos propicia a possibilidade de experimentos empíricos algo dionisíacos. Ocorre que ela já havia comprado o seu abadá, e abadá cujo valor evidenciava duas coisas: uma, a garota devia ser de poucas posses; duas, pra ser feliz, eu estava “compulsoriamente obrigado” a comprar abadá de uma mesma espécie. Meus caros, não vou relatar aqui tudo que se deu naquele 2002. Prefiro fazer um adendo à máxima de Caetano: Atrás do trio elétrico, só não vai quem já morreu ou quem, um dia, comprou abadá do Bloco “X”.

Só pra rir um tantinho


Não vou revelar o autor da obra abaixo.

PERGUNTA: Por que o frango cruzou a estrada? Algumas respostas:





PROFESSORA PRIMÁRIA: Porque queria chegar do outro lado da estrada.

CRIANÇA: Porque sim.

LULA: Nunca antes, neste país, tantos frangos cruzaram tantas estradas. De minha parte, me contenta uma boa galinha caipira.

ACM: Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto, comprovando que aquele frango pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo.

CAETANO VELOSO: O frango é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de Canô, quisera comê-lo, ou não!

DORIVAL CAYMMI: Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá vê pronde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo sabê...
CARLA PEREZ: Porque queria se juntar aos outros mamíferos.

SURFISTA: O bicho atravessou, cara... Bicho manêro, aí. Demaaaaais...Issah...

MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionadas suas motivações.

MAQUIAVEL: A quem importa o porquê? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.
FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.

PLATÃO: Porque buscava alcançar o Bem.
ARISTÓTELES: É da natureza dos frangos cruzar a estrada.

NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.
MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.

MOISÉS: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: "Cruza a estrada!" E o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.

DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.

EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.

GEORGE ORWELL: Para fugir da ditadura dos porcos.
SARTRE: Trata-se de mera fatalidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.

PINOCHET: El se fué, pero tengo muchos penachos de el en mi mano!

FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada.

NIETZSCHE: Ele deseja superar a sua condição de frango, para tornar-se um superfrango.

CHE GUEVARA: Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura.

BLAISE PASCAL: Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.


SÓCRATES: Tudo que sei é que nada sei.

PARMÊNIDES: O frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento não existe.

9 de janeiro de 2009

Introduções

Dei início a 8 romances. Só não dei continuidade para que os leitores possam se dar o luxo de presumiram todo o restante. Fiquem à vontade, portanto. Todas as contribuições serão postadas aqui. Inclusive, preciso que vocês dêem nome aos romances. Por ora, eles são só romance 1, romance 2, romance 3...



Início de romance 1
Não poderei fugir para sempre. Mais cedo ou mais tarde, ela vai bater nesta porta e me cobrar toda a verdade. E eu não saberei o que dizer, nem como dizer. Por ora, vou seguir seus passos à distância. Quem sabe, numa dessas tardes em que ela estiver na parada ônibus na Barroquinha, eu a aborde e a surpreenda, e confesse, detalhe por detalhe, ainda que ela sofra, tudo. Tudo. Vai doer muito. Mas, definitivamente, eu não posso fugir para sempre.

Início de romance 2
- Abre.
Se ele conhecesse a alma de Júlia, e se lhe fosse dado um mínimo de sensibilidade, não precisava pedir, não precisava nem falar.

Início de romance 3
O sorvete estava derretendo e derramando-se pela borda da casquinha. Mas Célia estava tão embebida em seus pensamentos – ela pensava em Marcelo –, tão absorta em sua mágoa, que o sorvete não estava ali. Que sentido tem essa vida sem Marcelo? Dor maior ela nunca sentira. Não, não lhe doía ter sido Ângela, sua amiga e colega de trabalho, que lhe roubara seu amor. Era outra dor. Dor que nem ela nem ninguém saberão jamais explicar – que dirá, entender.

Início de romance 4
Fechada a Bíblia, ele olhou para seu rebanho, que ainda não se levantara dos bancos de madeira escuros, e – por um segundo – distanciou-se no tempo, indo alojar suas lembranças lá onde a memória lhe era mais querida, lá onde estavam seus dias de fã da Legião Urbana. E se perguntou: que faço eu aqui, Senhor? Me diz.

Início de romance 5
A primeira providência que tomou – depois daquela enxurrada de vaias – foi procurar Fabinho. Se ele sabia que o pessoal não gostava de samba, porque aconselhou aquele repertório? Se ele sabia que ali tinha um bando de intelectuais, porque selecionou Clementina de Jesus? Ele nunca passou tanta vergonha na vida.

Início de romance 6
Subir, a pé, com aquele bando de saquinhos de compras a Ladeira do Acupe era rotina para Seu Lázaro. Do alto de seus 67 anos, com a sabedoria que o tempo a todos dá, inda que tardiamente, inda que nos últimos raios do crepúsculo, ele sabia que era inútil contender com Marcos, seu filho. Marcos, 30 anos, não se casara. Morava com os pais como um parasita. Áspero, não ouvia desaforos dos velhos pais. Vivia de ouvir reggae e de malandragens com parceiros na Federação. Até que um dia, policiais bateram à porta de Seu Lázaro. Seu Lázaro, homem vivido, bastou-lhe olhar para o policial para intuir a mensagem daquela visita. Em breve, estaria descendo a Ladeira do Acupe, dessa vez, mais leve.

Início de romance 7
“Quando ele for embora de vez, e me esquecer de vez, nunca mais – eu juru – nunca mais eu me caso novamente. Se eu soubesse que era assim, Marcinha, se eu soubesse que ia sofrer tanto com Claudinho, era melhor ficar sozinha. Deus me perdoe, mas tem dia que eu quero que ele morra, sabe? Ontem, quando ele viu que eu estava sangrando do murro que ele me deu, teve dó de mim e me abraçou...” O sargento preferiu não terminar de ler a carta que Marcinha lhe tinha entregue, à revelia de Sandra. Ele mesmo foi ao encalço de Claudinho que, àquela hora, segundo Marcinha, deveria estar saindo da Fonte Nova. Ba x Vi.

Início de romance 8
Dançando, Vânia se esquecia do mundo. A música, parece que lhe entrava pelos poros, parece que lhe entrava pela alma. Dançando, Vânia se esquecia de tudo, e era a mulher mais feliz do mundo. Mas, eu bem sei que tudo aquilo era só uma fuga; porque se ela não dançasse, ela dançava.

A quem interessar possa

Desde que iniciei a graduação em filosofia, andei lidando com um pessoal nada convencional. E, de lá pra cá, andei também lidando com o pensamento desse mesmo pessoal. Tem idéias pra todos os gostos. E tem quem pense coisas tão profundas que beiram á superficialidade. Pois bem, abaixo, alguns exemplos de idéias dessa natureza.

“(...) a natureza não é cruel, apenas implacavelmente indiferente. Esta é uma das lições mais duras que os humanos têm de aprender.” Richard Dawkins

“Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.” Friedrich Nietzsche

“Só tem convicções aquele que não aprofundou nada.” Cioran

“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.” Joseph Campbell

“Os homens pensam que a epilepsia é divina meramente porque não a compreendem. Se eles denominassem divina qualquer coisa que não compreendem, não haveria fim para as coisas divinas.” Hipócrates

“O Universo não apresenta qualquer evidência de uma mente dirigente (...) Todos os bons intelectos têm repetido, desde o tempo de Bacon, que não pode haver qualquer conhecimento real senão aquele baseado em fatos observáveis.” Auguste Comte

“Afirma-se – não sei com quanta veracidade – que um certo pensador hindu acreditava que a Terra estava apoiada em um elefante. Quando lhe perguntaram no que o elefante de sustentava, respondeu que se sustentava numa tartaruga. Quando lhe perguntaram sobre o que a tartaruga se sustentava, ele disse ‘Estou cansado disso. Vamos mudar de assunto’. Isso ilustra o caráter insatisfatório do argumento da Causa Primeira.” Bertrand Russell

“Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração.” Schopenhauer

“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.” Mário Quintana

“O jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão.” Benjamin Franklin

“Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.” Carl Sagan

“Se os bois e os cavalos tivessem mãos e pudessem pintar e produzir obras de arte similares às do homem, os cavalos pintariam os deuses sob forma de cavalos e os bois pitariam os deuses sob forma de bois.” Xenófanes

“Não acredito que, medindo vantagens e desvantagens, a crença religiosa tenha sido “A ciência tem provas sem certeza. Os teólogos têm certeza sem qualquer prova.” Ashley Montagu

“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot

“Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.” Einstein

“Penso que só há um caminho para a ciência ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe – a não ser que encontrem um outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente, a não ser que obtenham uma solução. Mas, mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem-estar poderão trabalhar, com um sentido, até ao fim dos vossos dias.” Karl Popper

Retrovisor

Eu sempre achei que não houvesse vida
Do outro lado da tua ausência.
Achei que, ali, estava interrompida
Qualquer Vontade de sobrevivência.

Cheguei a desacreditar de tudo:
Do meu orgulho e da auto-estima.
Eu, que sempre fui um sujeito sortudo,
nulo: sem aço, sem eco, sem rima.

Mas eis que vem um dia após o outro.
Novas nuvens nascem no azul do céu;
Novo horizonte se me descortina.

E hoje, sem que perceba, vejo noutro
ponto: rosto bonito, mas sem véu;
Janelas abertas, mas sem cortina.

8 de janeiro de 2009

Ataraxia

Hoje, que tudo posso, nada quero;
Pois tudo que hoje quero é não querer.
Da vida, nada mais que vida espero,
Nem quero nada a ela requerer.

Hoje, que tenho a chave do Segredo,
E hoje que posso desvendar meus olhos
E libertar-me posso do degredo,
E jogar fora todo esse trambolho

Que representa essa visão tacanha
Da vida – só querer o material;
Hoje, eu apago a chama que ardia

Em meu peito; peito que não se acanha
De um dia – besta – ter-se achado o tal.
A “liberdade, ainda que tardia.”.

Comigo mesmo


“Frequentemente tenho longas conversas comigo mesmo, mas são tão inteligentes que, algumas vezes, não entendo uma palavra do que estou dizendo.”
Oscar Wilde

Cornuta

Devo ter, mais ou menos, uns 6 amigos eruditos. Um deles é Manoel Lacerda Lima. É dele o texto que vai abaixo, texto que responde à postagem imediatamente anterior a esta (chifres). Ele não me autorizou publicar, mas vou correr o risco.


Você está querendo me testar, para ver se eu me lembrava de que seu aniversário é comemorado no dia 13!

Esteja em algum telefone que funcione!

Eu aprendi a assobiar (ou assoviar?) quando ainda era menino. Tinha, muitas vezes, que andar sozinho pelo sertão do Mato Grosso dos idos da década de 50, muitas vezes à noite, e assobiar dá a impressão de que você não está só.

Quanto a ser capricorniano, veja o chifre (Áries também o tem !) como símbolo de força e poder. Até a estátua de Moisés esculpida por Michelângelo tem chifres, o que causou até certa polêmica interpretativa a nível mundo (chifre é sempre um tema importante!).


Os “chifres” na cabeça (da estátua) de Moisés, segundo os estudiosos, deveu-se a um erro da tradução de Êxodo 34:29-35, feita por São Jerônimo, tradutor da Bíblia do hebraico para o latim, a Vulgata. Ao traduzir a Vulgata, São Jerônimo ignorou o fato de que a vocalização de Karan (resplandecer) pode torná-lo Keren (chifres), e acabou usando o termo cornuta (do latim, chifres). O hebraico Karan designa “algo que sai de um ponto e se dispersa” e, assim, tanto resplandecer como chifres faria sentido. Comumente, há imagens de Moisés com dois pontos de luz partindo de sua cabeça. A obra HARPAS ETERNAS, psicografia ditada pelo espírito de Hilarião de Monte Nebo (cujo volume I eu ainda não recuperei!), um dos Essênios (o mais velho) entre os quais viveu Jesus, registra que o divino Mestre passou por nove encarnações aqui no plano terreno, sendo que a penúltima (a última foi como Jesus) teria sido como Moisés.

Jerônimo (que não é aquela famoso índio apache da história norte americana !), segundo os historiadores, nasceu na Dalmácia, hoje Croácia, por volta do ano 340, numa família mais o menos abastada. Viveu em Roma e foi batizado, aos 25 anos, pelo papa Libério. Andou pela Gália e na Aquiléia formou uma comunidade religiosa com o objetivo de estudar a Bíblia e outras obras teológicas. Esteve vários anos no deserto da Síria, entregando-se a jejuns e penitências rigorosas. Em Constantinopla, conheceu Gregório de Nazianzo, que lhe despertou o gosto pela exegese da Sagrada Escritura. Estudou o hebraico e aperfeiçoou seus conhecimentos do grego para poder compreender melhor as Escrituras nas línguas originais. Chamado a Roma pelo Papa Damaso, que o escolheu como secretário particular, recebeu do mesmo a incumbência de verter a Bíblia para o latim, graças ao conhecimento que tinha desta língua, do grego e do hebraico. O trabalho de Jerônimo começado em Roma durou praticamente toda sua vida. O conjunto de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata"e foi o texto usado largamente nos séculos posteriores, tornando-se oficial com o Concílio de Trento. Retirou-se para Belém, onde viveu como monge rigidamente penitente, vindo a falecer em 420, já quase octogenário.

A história tem dessas coisas!

Saudoso abraço!

Manoel



Chifres

De um lado, ser capricorniano me envaidece. Diz-se que todo capricorniano (peque ou não) vai pro céu. Esta é a parte boa. A parte ruim é que, em janeiro, todo mundo viaja, é ferias, e meu aniversário passa sem que ninguém me dê presentes. Mas tem outra parte boa: eu, no fundo, prefiro o anonimato. E tem outra parte boa ainda: você não precisa ficar dizendo pro mundo inteiro que está caminhando para o crepúsculo existencial. Pois é. Pois é.

Claro Olhar

SONETO

Aceitarás o amor como eu o encaro ?…
…Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.

Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza… a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas.

De: ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Ed. crítica de D.Z. Manfio. São Paulo: Ed. Itatiaia e Ed. da USP, 1987, p.320.

7 de janeiro de 2009

Atrocidade em Brasília - Flash em 20 cortes

Corte 1:
Com o descontentamento nos olhos, começou a executar lenta e metodicamente sua tarefa mórbida.

Corte 2:
A arma do crime foi uma peixeira de uns 15 centímetros, amolada como a língua daquela que a manuseava, cabo branco talhado em plástico fosco, que há muitos anos pertence à Naná, vulgo "Mamãe".

Corte 3:
Logo o dia vai amanhecer, mas amanhece de luto.

Corte 4:
No início, a intenção era apenas arrancar alguns galhos inconvenientes, como os que estavam caindo por cima do muro, para o lado do quintal do vizinho.

Corte 5:
"Deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem, eu não tô fazendo nada, nem vocês também, bora cortar esse pé de siriguela!".

Corte 6:
Então foi que começou o sanguinolento esquartejamento.

Corte 7:
Entramos lá, cautelosamente, com o mesmo cuidado de Chaves e Chiquinha ao entrar na casa da Bruxa do Setenta e Um. Eu juro que estava só esperando aparecer um gato e ele gritar "satanás!" para eu pular o muro e correr dali.

Corte 8:
Seu olhar era fixo e intimidador, e eu procurei me concentrar na minha missão.

Corte 9:
A imagem era tenebrosa, e só serviu para aumentar meu estado de temor.

Corte 10:
Foi uma coisa traumática para mim, e por isso eu tive uma vontade incontrolável de pegá-la para mim, mas não a peguei por puro medo mesmo.

Corte 11:
Conclui que estar acompanhado do Surica em uma situação de terror e alucinação sem motivo não era algo muito confortante.

Corte 12:
"Achei, São Longuinho! Achei, São Longuinho! Achei, São Longuinho!"

Corte 13:
O chão já estava coberto de folhas e galhos assassinados, quando apareceu o Eduardo. Este foi direto para a cozinha, e tomou uma xícara de café bastante apreciada por uma pessoa que fuma tanto.

Corte 14:
Há uma tradição de que os filhos do meio sempre tem de carregar os resíduos do pé de siriguela arrancados - acho que tá em algum lugar da Bíblia isso.

Corte 15:
Mas nada disso amenizou minha dor de ir carregando, membro a membro, os restos mortais do amado pé de siriguela, a seiva ainda fresca manchando o asfalto, e depositá-los na matinha lá do outro lado, sepulcro de dezenas de outros defuntos anônimos, entre fetos, seres humanos, cachorros, soinhos e outros pés de siriguela. Nem muito menos a dor de carregar aquele peso miserável, jogar aquela porqueira por cima do alambrado, enfrentar os transeuntes mal encarados, essas coisas. É de fazer um chorar.

Corte 16:
"Não vou ajudar, não! Eu, em nenhum momento, concordei com isso!"

Corte 17:
Um gesto bastante heróico.

Corte 18:
Depois ele entrou na Senzala e foi fazer a revista dele, enquanto mãe continuava com seu esquartejamento.

Corte 19:
O que eu vi foi um céu cinzento e brilhante, uma garoinha fina e gelada que caía lentamente, de um céu que eu via pela primeira vez, de dentro do quintal...

Corte 20:
Fim de transmissão.

Meninos, eu vi!

São seis da manhã desta quarta-feira. Não tenho condições de contar a ninguém tudo que me aconteceu desde as 19 horas de ontem até a presente hora. Serei chamado de ficcionista, de mentiroso e de exímio inventor de histórias. Dirão mesmo que eu tenho muita imaginação. Dirão que tenho alucinações. Dirão coisas, coisas diversas, menos que sou um homem sortudo por estar vivo. E eu, que acredito em mim, e que estive presente no que me aconteceu no intervalo de tempo acima citado, vos digo: "Meninos, eu vi!". Mas, para minha alegria (são 06:20), acessei o blog Radicais Livres Sociedade Anônima, a fim de sei-lá. Lá, o relato contundente da SAGA DA SIRIGUIELA (sem trema) magistral e sonolentamente narrado por Devana Babu (meu sobrinho quando ele resolve achar que sou tio dele). Exatamente 1 hora após Devana ir dormir, acessei o blog. Ou seja, às 6 da manhã. Deu pra rir um pouco e consolar-me de minhas dores. Principalmente com a a foto do Julio Cesar com cara de choro. Só achei um tanto quanto estranha a confissão do Devana acerca de sua apreciação a bonecas. Sabe, Devana (fundo musical dramático), um dia, quando você tiver uma namorada, e você precisar explicar para ela algo comezinho, tipo "porque você não atendeu o telefone", e você, após esgotar todos os argumentos possíveis, se sentir exausto, e perceber que nunca jamais quis tanto morrer, e perceber que as mulheres (inclusive "The Hurricane") não foram concebidas com a mesma configuração que os homens, lembrar-te-ás de seu tio Khráudynho.

6 de janeiro de 2009

Fábio Sena

Fábio Sena é meu irmão caçula. Está com mais de 30 anos e foi nomeado para responder pela Secretaria de Comunicação do Município de Vitória da Conquista-Bahia. Há pelo menos uma década ele e Maurício Sena, também meu irmão, vêm desenvolvendo atividades no mundo jornalístico (ora em rádio, ora em TV, ora na web, ora na mídia impressa). Ambos desenvolveram grande capacidade técnica nesse quesito (o jornalismo) e ambos são muitíssimo conhecidos na cidade. Hoje é dia 06 de janeiro, segundo dia de trabalho de Fábio no Poder Executivo. Que conste este registro para a posteridade.

Detalhe: sei que esta não é a foto mais protocolar que Fábio tem, mas ela também estará na biografia, logo... vai ela mesma. Aquele pé vai à guisa de microfone.