
Não de mim, mas do logos tendo ouvido é sábio homologar tudo é um. HIPÓLITO, Refutação, IX, 9.
27 de fevereiro de 2009
25 de fevereiro de 2009
O Amor é Cego

Pois é, abaixo, Bobby Mcferry, com Don´t Worry, Be Happy. Se quiser, veja também o clip, clicando aqui.
23 de fevereiro de 2009
Honrar la vida - Mercedes Sosa

Eu não lhe prometi um mar de rosas

20 de fevereiro de 2009
15 de fevereiro de 2009
Maior Amor De Todos

Ouça a canção enquanto lê a poesia.
Filosofia Contemporânea III
Filosofia Contemporânea

Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E, se faço chover,
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel,
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...
Vai voando
Contornando a imensa curva
Norte e Sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...
Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...
Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
10 de fevereiro de 2009
Molambo
Para Luciano Costa
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4 de fevereiro de 2009
A Fatura

- Entra, Tio!
Achei estranho o vocativo. É verdade que o Dr. Ezequiel Luiz Farias de Sena, Advogado de causas cíveis, é meu sobrinho. Mas ter sobrinhos já me soava estranho desde os 13 anos, quando nasceu o primogênito de Marlúcia e todos, eu e meus irmãos, nos tornamos precocemente tios. Agora, por conta do fato terrível que relatar não posso, eis-me consultando um advogado que, nesse caso específico, é meu sobrinho - Zequinha.
- Sente-se. Quer um café? - pergunta Zequinha, com a mão no telefone, solícito, a postos, gentil.
- Não, obrigado. Uma água talvez. E seu pai, vai bem? - Pergunto.
- O senhor bem conhece meu pai, Tio; ele está sempre muito além do bem e do mal – responde ele, espirituoso, denunciando, evidentemente, vestígios de sua passagem pelo GEN (Grupo de Estudos Nietzscheanos).
Sentado ali, de frente para Zequinha, enquanto ele arrumava os papéis e livros espalhados pela mesa de mármore e ligava para a secretária para pedir água, tive aqueles segundos suficientes para olhar os livros na estante e voltar algumas dezenas de anos no passado. Um passado que Zequinha não conheceu e que de nada adiantaria conhecer. O homem à minha frente acaba de virar pai. Pai do representante da quarta geração. A saber: José Gonçalves, que nos anos 1930 gerou a Avelino Gonçalves, que nos anos 1960 gerou a Paulo Sena, que nos anos 2000 gerou Ezequiel Sena, que neste ano de 2029 gerou a Antonio Tibúrcio. Antonio recebeu esse nome em homenagem a Antonio Tibúrcio, avô de minha mãe e cuja história integral só ela conhece suficientemente. Antonio Tibúrcio Farias de Sena é só um bebê. Chora, mama, dorme e faz cocô e pipi. Eis o resumo da vida que leva o pequeno Antonio. E parece que essa rotina não difere muito da minha, na altura dos meus 60 anos. Antonio não conhece o passado. E de nada lhe adiantará conhecer. Ali, pois, entre os livros técnicos, estão duas obras cujas lombadas me são familiares: Sangue Coagulado, quarto livro publicado por Devana Babu, irmão mais velho de Zequinha, crítico literário em Brasília; e O Cabo da Tormentas, meu primeiro livro de contos, publicado há 20 anos. A secretária interrompe meus pensamentos com uma bandeja. Vi a bandeja, vi o copo com água. E vi que, muito provavelmente, a mãe do pequeno Antônio deve ser muito condescendente, ou subestima os perigos desta vida.
- Tio, eu li todo o processo e preciso tirar algumas dúvidas com o senhor - Retorna Zequinha, com um aspecto que não era de curiosidade, aquela curiosidade cúmplice; não. Era um técnico que estava ali. Era um técnico - Dr. Ezequiel Luiz Farias de Sena - que precisava de dados, elementos, arestas, indícios para vencer uma causa. E vencer a causa não era necessariamente o que eu mais queria naquele momento. Meu problema era com os efeitos; irreparáveis, irrevogáveis.
- Em 2009, há exatos 20 anos, o senhor...
Ou seja, o passado se me impõe. Imutável e pontual, ele estava ali, à minha frente, e me apresentava a fatura.
1 de fevereiro de 2009
Pessoalmente

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