4 de setembro de 2011

Suposição

Vamos supor que eu morresse. Um mal-súbito. Uma dor. Sei lá. O que importa é que eu morra, de modo que minha suposição ganhe realismo. Pois bem: morri. Agora, vamos aos acontecimentos futuros. Lamentações. Alguns vão lamentar. Mainha, principalmente. Vania mais que todos, imagino. No meu trabalho, hão de dizer: "Cláudio?! Morto? Oh!". Eu, do outro lado, estarei morto. E do lado de cá, idem. Há bilhões de pessoas no mundo. E há muitas estrelas na galáxia. Minha morte será uma tremenda efeméride. Mas se eu ficar vivo, talvez seja melhor. Vamos então supor que eu não morra, e que fique vivo. Isso não muda nada. Mainha nada dirá, nem Vânia dirá nada. Ficar vivo não muda nada. Morrer, sim. A diferença é que morrer, no meu caso, seria uma mera suposição, a não ser que eu, de fato morresse. Já viver, no meu caso, é algo real; a não ser que eu morresse e, por isso, deixasse de viver.

Um comentário:

Silvinha disse...

Sabe que durante minha adolescência solitária ao som de Antena 1 por muitas vezes eu fiz as contas de quantas pessoas iriam ao meu enterro caso fosse acometida de uma morte súbita. Nas minhas contas não passavam de 8 pessoas da família, as mais próximas, claro. Hoje eu sei que muita gente iria, graças ao esposo, que conhece um monte de gente, e teriam quilos pra ir la consolar o pobre viúvo que volta à vida depois do enterro.
Sem falar que sei de um monte de gente que iria dar altas gargalhadas, tipo aquele riso nervoso que a gente costuma ter em velório. huahuahauhau
PS: eu lamentaria sua morte Cláudio, mas nem tanto. hauhauahuahauhauha brincadeirinha