31 de dezembro de 2006

Homem é Tudo Igual

Eu tenho uma amiga que tem verdadeira revolta com a situação da mulher na sociedade, ao mesmo temo nutre uma ira sem fim para com o homens, por seu machismo, por sua altivez, pelo fato de ser o galo, pelo patriarcalismo, enfim: ela não admite que a história ainda não tenha criado as condições para dar a devida equiparação a homens e mulheres. A reportagem abaixo, se ela vir a ler, deixá-la-á ainda mais revoltada. Eu compactuo com minha amiga, mas, confesso, tenho um certa... alegria, por assim dizer, de, nesse ambiente de desvantagens, eu estar do lado mais vantajoso. Farinha pouca...

VANDERLEY VIIU TUDO (tudo, leitores!): Reproduzo depoimento de Vanda Lemos, de Salvador, logo após a mesma ter presenciado colisão entre cinco veículos na avenida Professor Sabino Silva, na altura da pizzaria Volpi: “Ao sair de casa, mainha me perguntou: ´Vandinha, tu vai sair com essa roupa?´. Eu fiz: Quê que tem, mainha?! Ôxe!´ A roupa era um vestido um pouco curto e de alça. Ele fica melhor quanto uso sem sutiã. Quando eu tava subindo, vinha um carro em direção contrária. O rapaz ficou me olhando, olhando, olhando, e passou e continuou olhando pelo retrovisor. Ai eu só vi o barulho (sic). Quando olhei pra trás só vi o prejuízo. Ele bateu no fundo de um carro que ia virar e ai mais três carros bateram. Foi assim.”. Nosso repórter, Vanderley, fez a entrevista logo após o ocorrido, onde pôde avaliar, mais detidamente, as indumentárias de Vandinha. Na redação, em e-mail emitido para o editor do blog, comentou, em off: “Chefe, aquele vestido é um crime contra as famílias de bem. E a ausência do sutiã é um crime contra a humanidade. Como diria Fábio Sena: Deus me livre d´eu ir lá!. `Por tudo que pensei nos poucos instantes que estive nas proximidades de Vandinha, chamai-me, chefe, de ímpio, de iníquo, de herege, de vândalo, de sacripanta, de verme, mas, por favor, chefe, não me queira mal, porque eu só sei querer bem.

TUDO SOLTO, BRODER! Vanderley, nosso repórter, concluída a entrevista
com Vandinha, ainda pode entrevistar, no local do acidente,
Henrique Passos – pivô das colisões –, morador do Engenho Velho de Brotas, tendo obtido o seguinte depoimento: “Cara, quando eu tava indo, ela estava vindo. Vestido solto, cabelo solto, peitos soltos, tudo solto. Broder, quando eu vi aquilo, meu amigo! E o vento, cara?! Meu Deus! Tudo solto, broder, tudo solto! Reduzi para 40, e fiquei olhando pelo retrovisor! De frente, tudo solto; de trás... Antes de virar para olhar pra frente eu só vi o estrondo! Opaí, broder! Opaí, Broder! Conclui, apontando para o carro.

DINALVA - PURO DESPEITO!: “Homem é tudo igual!” Essa foi a única coisa que Vanderley conseguiu obter de Dinalva Mendes, dona do veículo com o qual Henrique Passos colidira. Havia indignação no rosto de Dinalva: primeiro, porque sua infra-estrutura estava largos passos distantes da arquitetura de Vandinha; segundo, porque a multidão que se aglomerara nas proximidades do local só tinha olhos para um ponto (dois pontos, para ser preciso); terceiro, porque, enfim, o carro dela teve considerável avaria.

DONA ODETE, A MÃE DA “INUCENTE”: Vanderley, nosso incansável
repórter, decidiu entrevistar dona
Odete Lemos, mãe de Vandinha, que, tendo escutado o barulho, se deslocou até o local da colisão. “Eu falei com Vandinha: Menina, tu vai sair com essa roupa!? Mas ela não me ouve. Essa menina é muito “inucente”. Depois ela não gosta quando Dé briga com ela. Num é Dé?

DÉ: O BICHO TÁ PUTO!: Vanderley, vendo que aquele sujeito de cara emburrada no portão da casa de Dona Odete era o namorado de Vandinha, preferiu não fazer perguntas ao mesmo. Dé estava visivelmente amuado e aborrecido. Não era a primeira vez que as indumentárias de Vandinha lhe causaram problemas. A última vez que saíra com ela (segundo depoimento da própria Vandinha), a mesma cobrira sua infra-estrutura inferior com uma saia que, no dizer de Dé, era só o cós, e mais nada. A infra superior? Tudo solto. Homens, de mamando a caducando, em face da visão celestial que se lhes impunha seus próprios olhos, não se continham e, ignorando que Vandinha estava com Dé, diziam algumas coisas, assoviavam outras, e pensavam outras tantas. Dé? O bicho tava puto!. Durma com esse barulho.

8 comentários:

Anônimo disse...

Essa senhora Vandinha, pelo amor de Deus! Sou inteiramente a favor! Uma simples batida de carros, sem maiores prejuízos, qual é problema?! Apoiado, Vandinha, é ir em frente, tudo soltinho mesmo, por favor.

Anônimo disse...

Até qdo certos tipos de homens vão concordar com Vandinha? Tudo solto mesmo.... mas até qdo?
Valorizar atributos femininos q n duram muito tempo tudo em cima para poder ficar solto, é bem coisa de homem machista.
Mas me contem, de quantas Vandinhas é feita uma mulher?
Uma mulher bonita pode parar o trânsito e provocar acidente sem estar "com tudo solto", é o tipo de mulher q chama atenção pelo o q é, e inevitávelmente os machistas se rendem aos seus atributos q manam de sua postura sem perceber q os mesmos atributos encontrados em Vandinha ficaram pra depois.
As mulheres são as primeiras a se desvalorizarem, usando esse tipo de apelo para chamarem atenção, tranformam-se apenas num objeto, uma nada descartável...
simplesmente desvalorizada.

Anônimo disse...

Claudio
Ano Novo, Blog Novo.
Bjins

Anônimo disse...

Minha cara Helena,

não me queira mal, que eu só sei querer bem, mas promovamos, juntos, uma reflexão sem fins lucrativos: não seria Vandinha mais uma portadora permanente dos grandes carnavais da libido? não representaria Vandinha - e como diria Milan Kundera, "furai os olhos da Morena, nurchai os peitos da morena" - a categoria feminina que traz consigo os instintos mais viscerais da Era Mezosóica? Para mim, que não me situo entre os machistas puro-sangue, Vandinha precisa ser diariamente exaltada porque desprovida das neuroses que tornam as relações humanas convalescentes... Vandinha resgata em mim os aspectos menos hostis de minha existência, ela faz brotar em mim o sentido do grande vão que é existir e de como nós chafurdamos nossa cara na lama em busca de ilusões desconexas.
Quero loucar Vandinha e dizer que ela movimenta a economia da capital baiana quando promove desastres que culminam na boa vida financeira das oficinas, dos setores de seguro...
Além, é claro, dosa componentes audiovisuais...

Anônimo disse...

Meu adorado Fábio,
Eu só acho q a valorização feminina por seus atributos, um vazio q provém daqules q n conhecem uma mulher de verdade, afinal, oq hoje pode ficar tudo solto, logo logo n vai estar mais assim tão em cima para q fiquem soltos, e ai? o que as próprias mulheres q se prestam a esse tipo de papel desvalorizante, vão ter de bom?
Eu só acho q há uma grande desvalorização femina, e sou obrigada a reconhecer que a culpa disso é nossa mesmo... eu sinto-me ultrajada, com certos comentários q fazem a respeito de nós da forma com q se referem ao nosso corpo, só mais uma vez eu repito, a culpa é nossa mesmo, por sermos tão coniventes e fúteis e vazias, na maioria das vezes.
E outra coisa, seu comentário, nasceu machista desde seu subconsciente...vc é um machista nato.
E a própósito, quero ser para vc como um reflexo no espelho...só me queira bem!!!

Krháudynho disse...

Sim, Helena, estou predisposto a me superar - nutro até uma certa hostilidade contra meu estágio atual.

É satisfatório - e salutar - que os ilustres leitores desse blog sejam pessoas de elevado senso crítico - e equivalente senso de humor - para travaram discussões no nível necessário a intelectos como o seu e o do blogueiro Fábio. Convidado que fui a arbitrar o debate - o bom combate - vou publicar ambos os posicionamentos (sic)e deixar que outros leitores dêem suas contribuições. Se você achar que há outra forma de estabelecermos um bom vucu-vucu, aceito opiniões. De ante-mão, publico ambos os posicionamentos. brigado, Helena, por ler o blog e por ser uma mulher que reage ao estado de coisas em que se encontra a mulher.

E você, Fábio, prepara-te!!

Anônimo disse...

Tudo o que é bonito, é para se mostrar e apreciar, duro é as consequências futuras!

Elton Fontes, Várzea Grande, 7 janeiro, 2007.

Anônimo disse...

Elton...Vejo que lhe conheci muito pouco mesmo.