23 de dezembro de 2006

Três Facetas da Estupidez!!!

Quem um dia irá dizer se existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão? Tenho minhas razões pra comentar o uso da palavra estupidez em três momentos. Estupidez numa canção do Roberto Carlos: Sua Estupidez. Estupidez numa canção do Renato Russo: Perfeição. Estupidez numa frase minha proferida ontem no trânsito. Na canção do Roberto, um dos versos diz: “Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo”. Não tenho idéia de quem era a mulher com quem ele falava, mas ela devia ter suas razões para ser estúpida com ele. Ou não. Ele, por sua vez, estava indignado com a insensibilidade dela: “... conte ao menos até 3; se precisar, conte outra vêz...”. Ao visto, ela não era muito de levar na esportiva. Devia falar o que lhe dava na telha. “Meu bem, meu bem, use inteligência uma vez só, quanto idiotas vivem só, sem ter amor, e você vai ficar também sozinha...” Ai ele pegou pesado. Jogou praga. Nostradamou legal na moça. “Nunca vi ninguém tão incapaz de compreender que o meu amor é bem maior que tudo que existe... mas sua estupidez...” Pelo visto, ela era de doer, de feder chamusco, como diria paínho. “No mundo não há mais lugar pra quem toma decisões na vida sem pensar”. Ponderar não era o forte da moça. Nem razão, nem sensibilidade. Intempestiva. Inflexível. Durona. Estúpida. Não sou psicólogo, mas acho que as personagens da Marta e Alex (novela das 8) se encaixam bem nessa história. Na canção do Renato Russo, um tributo à estupidez: “Vamos celebrar a estupidez humana, a estupidez de todas as nações”. É evidente que vai ai uma overdose de ironia. Ou não. “A estupidez de quem cantou esta canção...” Renato aponta na canção um elenco de atrocidades e problemas sociais diversos. E vê nos seu próprio gesto de cantar uma nova estupidez. Mas, meio que na linha de “e num recanto pus o mundo inteiro”, do Machado de Assis, brinda-nos ao final da canção com: “Venha, meu coração está com pressa, quando a esperança está dispersa, só a verdade me liberta, chega de maldade e ilusão; venha, o amor tem sempre a porta aberta, e vem chegando a primavera; nosso futuro recomeça: venha que o que vem é perfeição... “ Ana Paula e Alison, meus amigos de Cuiabá, reagem diferentemente em relação à letra. Ana, sensível como as asas de uma borboleta, se indigna; Alison, imexível como os estalactites em Bom Jesus da Lapa, dá de ombros. Por fim, na minha frase. Ontem, no sinal de trânsito na altura da Praça Castro Alves, uma jovem de seus 18 a 20 anos, dirigindo um Uno de auto-escola, tendo ao lado seu instrutor, se perde na troca de marchas e deixou o carro “morrer”. Eu, pouco atrás, fiquei ouvindo os motoristas dos carros interrompidos por ela gritando, businando impacientes, já que a garota, coitada, não conseguia mover o carro ou mesmo racionar, em face da pressão. Eu disse a mim mesmo: “Quanta estupidez”. É impressionante o quão grosseiros são os motoristas desta cidade! Primeiro, era um carro de auto-escola; segundo, era visível o transtorno da garota; terceiro, é um lugar de grande movimento, mormente no Natal; quarto, fosse quem fosse, um pouco de paciência é sempre bom. Fiquei puto. Quase digo: “Quanta imbusbebibilidade!”

Um comentário:

Anônimo disse...

Aí acessar o seu blog virou para mim um ritual diario sabia?
Diogo Ramalho